OS ASTECAS
Astecas – São
precedidos pelos olmecas e toltecas. Os olmecas são assimilados pelos toltecas,
que estendem seu domínio pelo México, onde se encontram os maias. Há indícios de
que os astecas vivem como servos dos toltecas desde o século IX. Mantêm, porém,
sua organização tribal e no século XIV fundam cidades-Estado próprias. Praticam
a agricultura, intensificam o comércio e constroem templos e pirâmides. Fundam e
expandem seu primeiro reino durante o século XVI, submetendo outras tribos e
cidades-Estado. Quando os espanhóis invadem o México, em 1519, conseguem a
adesão dos povos dominados para destruir o reino asteca.
Conquista da América – Fernando e Isabel financiam as
viagens de Cristóvão Colombo, que descobre a América em 1492 e dá início a um
vasto império colonial espanhol no Novo Mundo. Hernán Cortés conquista o México
dos astecas em 1521 e Francisco Pizarro derrota os incas no Peru e em 1532. O
rei Carlos I (1516-1556), da família dos Habsburgos, herda o reino e se torna,
decorrência de casamentos dinásticos, o governante mais poderoso da Europa:
senhor da Holanda (Países Baixos), Áustria, Sardenha, Sicília e Nápoles e
imperador do Sacro Império Romano-Germânico, com o título de Carlos
V.
Cultura - O artista pré-hispânico é regido principalmente por
conceitos religiosos, mesmo que anônimos e, reproduzindo o imaginário coletivo,
muito mais que o individual. Na sociedade asteca possuía lugar de destaque e
importância.
É necessário que nos desvencilhemos dos "pré-conceitos"
ocidentais e em termos artísticos ainda impregnados dos conceitos
renascentistas, para podermos compreender a dimensão que as artes visuais, a
música, o teatro e a poesia (oral e escrita), representavam para a cultura
asteca.
As artes constituíam seu principal meio de comunicação e
de relato histórico, através das formas é que os astecas expressavam sua
mentalidade, sua visão de mundo. A arte é uma referência da própria vida, seja
terrena ou cósmica. Todas as formas possuem seus signos próprios, a arte asteca
assume o principal significado de evocar o sagrado, expressando-o em termos
visuais.
A arte assume o papel preponderante de representação do
mundo simbólico-religioso, toda essa visão cósmica que permeia a sociedade
asteca como um todo, se reflete no modo como o espaço é representado no
simbolismo poético, em seus monumentos arquitetônicos, em suas esculturas, em
seu fazer artístico de modo geral.
A estética pré-hispânica esta vinculada ao sagrado,
existe um imaginário coletivo, porém nem por isso deixamos de reconhecer o
artista em seus traços individuais, como aquele que transforma todo esse
simbolismo sagrado em imagem. A arte asteca foi de grande importância dentro do
contexto histórico desse povo, tendo sido admirada pelo próprio conquistador e a
Europa, em matéria de estética e técnica.
Para a compreensão de qualquer imagem é necessário
considerar-se o plano individual e o coletivo. O individual é o próprio artista,
o sujeito que cria o objeto que será apreciado por uma coletividade. Essa
compreensão está sujeita ainda a alguns fatores como: o suporte utilizado pelo
artista, o material, o objeto ou a "idéia" a ser reproduzida, e para quem (qual
o público) aquela imagem foi produzida. O artista pré-hispânico encontra em seu
meio ambiente o barro (argila) para a cerâmica e a escultura; as pedras para a
escultura, alguns artefatos e para a arquitetura; e os metais. Porém está
limitado pelo tema.
Na arquitetura, destaca-se a grandiosidade de seus
templos e outras construções que provocam admiração pelo tamanho e falta de
tecnologia. Os monumentos arquitetônicos e as esculturas astecas tem como
principal regra o princípio horizontal. As esculturas são trabalhadas de todos
os lados. A pintura mural era utilizada em seus templos e palácios, sendo que as
figuras normalmente não eram personalizadas, sendo identificadas através de
pictogramas. A pintura foi utilizada principalmente nos códices (pequenos
livros, semelhantes aos manuscritos europeus), responsáveis pela transmissão do
conhecimento.
A pintura destaca-se pelas formas figurativas , como
também formas abstratas e geométricas . A cerâmica constituiu-se de artefatos
como jarras, potes e louças em geral. Muitos desses utensílios domésticos
constituíam-se de verdadeiros objetos de arte, com pinturas
policromadas.
A imagem asteca assume pois, a função de representação
visual e plástica do sagrado. Imagem que lhe é atribuída pelo artista, à partir
de suas vivências, das vivências de sua sociedade, das técnicas que distingue
sua arte e , fundamentalmente de sua "mente" criadora, de sua fantasia. O
artista pode ser o artesão sim, pois ele utiliza a técnica tanto quanto aquele,
porém, esta técnica está a serviço de sua fantasia, do imaginário de sua
coletividade.
O historiador Gombrich destaca em uma de suas obras: " o
teste da imagem não é a semelhança com o natural, mas a sua eficácia dentro de
um contexto de ação" (Gombrich, E.H. Arte e Ilusão).
O artista asteca criou dentro dessa eficácia, as obras
que hoje nos ajudam a compreender a sua cultura, a sua concepção do sagrado, e o
seu povo.
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