CAPITALISMO x
socialismo
1 - As relações de
trabalho na Idade Moderna e Contemporânea: a formação do capitalismo - A
Idade Moderna, de 1453 a 1789, e a formação do capitalismo
comercial
No século XV, o comércio
já era a principal atividade econômica da Europa. Os comerciantes, ou a classe
burguesa, já tinham acumulado grandes capitais realizando o comércio com a
África e a Ásia, através do mar Mediterrâneo. O capital torna-se a principal
fonte de riqueza, substituindo a terra, do período feudal. De que forma o
capital podia ser acumulado ou obtido?
A expansão do comércio
gerou a necessidade de se aumentar a produção, principalmente o artesanal. Os
artesãos mais ricos começaram a comprar as oficinas dos artesão mais pobres.
Estes transformaram-se, então, em trabalhadores assalariados, e o número de
empregados nas oficinas foi aumentando.
A fase de acumulação do
capital por meio do lucro obtido com o comércio e, ainda, por meio da exploração
do trabalho do homem, seja o assalariado ou o escravo, recebe o nome de
capitalismo comercial. Nesta fase do capitalismo, nos séculos XV e XVI, ocorreu
a expansão marítimo-comercial. A expansão marítima européia fez ressurgir o
colonialismo.
2 - A Idade
Contemporânea, de 1789 até os dias atuais: a formação do capitalismo em sua
forma moderna – o capitalismo industrial – e as relações de
trabalho
Até o século XVIII, o
comércio era a principal atividade econômica da Europa, proporcionando grandes
lucros à burguesia comercial. Nesta época começaram a surgir novas técnicas de
produção de mercadorias. Como exemplo podemos citar a invenção da máquina a
vapor, do tear mecânico e, conseqüentemente, dos lucros da burguesia. Surge,
deste modo, um novo grupo econômico, muito mais forte que a burguesia comercial.
Cabia a burguesia industrial a maior parte dos lucros, enquanto a grande maioria
dos homens continuava pobre, Uns continuaram trabalhando a terra arrendada,
outros tornaram-se operários assalariados. Essa situação histórica é conhecida
como Revolução Industrial.
O primeiro país a
realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. Posteriormente, já no
século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: França, Alemanha,
Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão.
O capitalismo industrial,
firmando-se como novo modo de vida, fez com que o trabalho assalariado se
tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro
homem por meio de salário. A Revolução Industrial tornou mais intensa a
competição entre os países industriais, para obter matérias-primas, produzir e
vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no século XIX
– o imperialismo. As potências industriais européias invadiram e ocuparam grades
áreas dos continentes africano e asiático. Fundaram colônias e exploraram as
populações nativas, pagando baixos salários pelo seu trabalho. Além de fornecer
matérias-primas para as indústrias européias, as colônias eram também grandes
mercados consumidores de produtos industriais. Os países americanos, apesar de
independentes de suas metrópoles européias – Portugal, Espanha e Inglaterra –,
não escaparam dessa dominação colonial, principalmente da
Inglaterra.
Os países
latino-americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples vendedores de
matérias-primas e alimentos para as indústrias européias e como compradores dos
produtos industriais europeus.
A Revolução Industrial
levou a um aumento da produção, dos lucros e, também, da exploração do trabalho
humano. O trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, 14 horas ou
mais, recebendo baixos salários. Não eram somente adultos que se transformavam
em operários: crianças de apenas seis anos empregavam-se nas fábricas,
executando tarefas por um salário menor que o do adulto. Essa situação levou os
trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram revoltas isoladas, mas, depois,
os operários se organizaram em sindicatos, para lutar por seus interesses. E os
trabalhadores descobriram uma arma para lutar contra a exploração de sua força
de trabalho – a greve.
A atual fase do
capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A atividade bancária, ou
seja, empréstimos de dinheiro a juros, predomina. Todas as outras atividades
dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou-se a principal "mercadoria"
do sistema.
As características do
sistema capitalista
Este sistema caracteriza
em linhas gerais:
-
pela propriedade
privada ou particular dos meios de produção;
-
pelo trabalho
assalariado;
-
pelo predomínio da
livre iniciativa sobre a planificação estatal.
A interferência do Estado
nos negócios é pequena. Diante do que foi exposto, percebe-se que a sociedade
capitalista divide-se em duas classes sociais: a que possui os meios de
produção, denominada burguesia; a que possui apenas a sua força de trabalho,
denominada proletariado. Socialismo A preocupação com as injustiças sociais
já existia desde a Antiguidade
Desde a Antigüidade
algumas pessoas, preocupadas com a vida em sociedade, pensavam em modificar a
organização social e assim melhorar as relações entre os homens. Na Idade
Moderna também houve essa preocupação. Um inglês de nome Thomas More escreveu um
livro chamado Utopia, onde mostrou como imaginava a sociedade de uma forma menos
injusta.
Entretanto, com as
grandes desigualdades sociais criadas pela Revolução Industrial, as idéias de
reformar a sociedade ganharam mais força. Foi assim que surgiram pensadores como
Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon, Karl Marx, Friedrich Engels e
outros. Estes pensadores ficaram conhecidos como socialistas.
Essas idéias socialistas
espalharam-se pela Europa e depois por todo mundo; e não ficaram somente na
teoria. é o caso da Revolução Socialista de 1917, na Rússia, onde a população
colocou em prática as idéias socialistas.
As características do
socialismo e a sua propagação pelo mundo
Até 1917 a Rússia era um
país feudal e capitalista. O povo não participava da vida política e vivia em
condições miseráveis. Esta situação fez com que a população, apoiada nas idéias
socialistas, principalmente nas de Marx, derrubasse o governo do czar Nicolau II
e organizasse uma nova sociedade oposta à capitalista – a socialista. A Rússia
foi o primeiro país a se tornar socialista e, posteriormente, passou a se chamar
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em linhas gerais, podemos
caracterizar o socialismo como um sistema onde:
-
não existe propriedade
privada ou particular dos meios de produção;
-
a economia é controlada
pelo Estado com o objetivo de promover uma distribuição justa da riqueza entre
todas as pessoas da sociedade;
-
o trabalho é pago
segundo a quantidade e qualidade do mesmo.
Após a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), outros países se tornaram socialistas, como, por exemplo. A
Iugoslávia, a Polônia, a China, o Vietnã, a Coréia do Norte e Cuba. Entretanto,
este novo sistema colocado em prática nesses países, principalmente na União
Soviética, apresenta vários problemas:
-
falta de participação
do povo nas decisões governamentais;
-
falta de liberdade de
pensamento e expressão;
-
formação de um grupo
político altamente privilegiado.
A teoria econômica
elaborada por Karl Marx, Friedrich Engels e outros pensadores foi interpretada
de várias formas, dando origem a diferenças entre os socialismos
implantados.
3 - A competição
pela liderança do mundo: EUA e URSS – capitalismo versus socialismo a - A
manutenção e a expansão de áreas de influência capitalista e socialista pelos
Estados Unidos e União Soviética – capitalismo versus
socialismo
Terminada a Segunda
Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos consolidaram sua oposição de
superpotência capitalista, e a União Soviética, que tinha implantado o
socialismo em 1917, surgia como nação forte e respeitada por todas as demais. De
um lado, os Estados Unidos procuravam manter sua liderança sobre vastas áreas do
mundo; de outro, a União Soviética auxilia na expansão do socialismo. Terminada
a guerra, muitos países do leste europeu alteraram a sua organização econômica,
política e social de base capitalista e se tornaram socialistas:
-
a Iugoslávia tornou-se
socialista em 1945;
-
a Albânia e a Bulgária,
em 1946;
-
a Polônia e a Romênia,
em 1947;
-
a Checoslováquia, em
1948;
-
a Hungria, em
1949;
-
a República Democrática
Alemã Oriental, em 1949
Também na Ásia, alguns
países optaram pelo socialismo:
-
o Vietnã do Norte, em
1945;
-
a Coréia do Norte, em
1948;
-
a China, em
1949;
-
o Tibet, em 1950, como
província da China e, depois, em 1953, independente.
Outros países optaram
pelo socialismo nos anos 60, 70 e 80. No pós-guerra intensificaram-se as
disputas entre Estado Unidos e União Soviética pela liderança do mundo. Cada uma
das superpotências procurou consolidar sua liderança sobre outros países e
ampliar sua área de influência.
A Europa ocidental, por
exemplo, estava arrasada em virtude da guerra, pois servira como campo de
batalha. Muitas de suas cidades, indústrias e meios de transporte estavam
destruídos, e grande parte da sua população encontrava-se desempregada. Diante
disso, os Estados Unidos, com receio do avanço do socialismo sobre os países da
Europa ocidental e temendo perdê-los de sua área de influência, elaboraram um
plano de ajuda econômica para que esses países pudessem recuperar sua economia.
Este plano foi aprovado em 1948 e recebeu o nome de Plano Marshall, em homenagem
ao Secretário de Estado norte-americano, general Marshall.
Em que consistia o Plano
Marshall?
Os Estados Unidos
explicaram que ofereciam este plano porque seria impossível a estabilidade
política e a paz enquanto a Europa não tivesse a sua economia recuperada.
Entretanto, a ajuda economia dos EUA, por meio do Plano Marshall, tinha pelo
menos dois objetivos: manter o sistema capitalista nos países da Europa
ocidental e assegurar essa área de influência, impedindo, assim, a penetração do
socialismo; garantir o mercado consumidor para seus produtos e
investimentos.
Os próprios industriais e
comerciantes norte-americanos apoiaram o Plano Marshall, pois eles mesmos
afirmavam: "Não se pode realizar negócios num mundo de pobres". Assim, eles
tinham interesses na recuperação econômica dos países europeus arrasados pela
guerra. Os países europeus que mais receberam ajuda dos Estados Unidos por meio
do Plano Marshall foram: Reino Unido, França, Alemanha e Itália. No Japão, os
Estados Unidos também intervieram, militar e economicamente, a partir de 1945.
Após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o Japão rendeu-se
às tropas norte-americanas. Após a rendição japonesa, os EUA continuaram
ocupando o Japão e aplicaram vultosas somas de dinheiro para recuperar a
economia japonesa e, assim, assegurar sua presença nessa porção do
globo.
b - A Guerra Fria, a OTAN
e o Pacto de Varsóvia – o confronto entre as superpotências
A disputa pela hegemonia
internacional entre os Estados Unidos e a União Soviética, logo após a Segunda
Guerra Mundial, gerou a Guerra Fria.
A Guerra Fria deve ser
entendida como uma disputa entre duas superpotências. Contudo, foi uma disputa
não declarada. Cada uma das nações procurava ampliar suas áreas de influência
sobre o mundo, Foi também uma disputa ideológica, isto é, em que se defrontavam
os dois tipos de organização econômica, política e social: o capitalismo e o
socialismo.
A grande disputa teve
início a partir de uma declaração de Truman, presidente dos Estados Unidos, em
1947: O presidente declarou que iria fornecer ajuda militar ao governo grego na
luta contra as guerrilhas socialistas e que iria, desse modo, procurar conter o
avanço da influência socialista.
Estabeleceu-se, a partir
desse momento, um clima de competição, de guerra fria, entre as duas
superpotências. Estas que rivalizaram-se em poder militar e econômico,
procurando ultrapassar um ao outro.
Os Estados Unidos
combatiam o avanço do socialismo. A União Soviética procurava dificultar a
expansão americana na formação de áreas de influências, além de difundir o
socialismo. A União Soviética, em 1949, já possuía a bomba
atômica.
Posteriormente, as
superpotências passaram a dispor da bomba de hidrogênio. Sabiam que numa guerra
nuclear não haveria vencidos nem vencedores. Essa realidade criou um novo
equilíbrio, o equilíbrio de terror.
Em 1956 os Estados Unidos
reconheceram as áreas de influência da União Soviética, fato que marcou o
declínio da Guerra Fria. Contudo, não terminaram as disputas entre as duas
superpotências.
Foi nesse ambiente tenso
que ocorreu a Guerra da Coréia (1950-1953) e a Revolução Chinesa (1949). Mas foi
também neste período que surgiram tratados militares e econômicos entre os
blocos capitalista e socialista. Esses tratados, principalmente os militares,
tinham como objetivo fortalecer as ameaças que cada um dos blocos representava
para o outro.
Os Estados Unidos, os
países capitalistas da Europa e o Canadá formaram a OTAN – Organização do
Tratado do Atlântico Norte, em 1949, na cidade de Washington, Estados Unidos:
Seu objetivo pode ser resumido da seguinte maneira: defesa coletiva das
liberdades democráticas por meio de uma estreita colaboração política e
econômica entre os países-membros. A OTAN propõe a defesa e o auxílio mútuos, em
caso de ataque a um dos seus países membros.
Assim, os diversos países
integrantes formaram uma força militar. Para tanto, forneceram tropas militares
e armamentos sob a chefia de um comando unificado, com sede na
Bélgica.
A OTAN é uma organização
que possui armamentos sofisticados, incluindo armas atômicas e
mísseis.
Enquanto os países do
bloco capitalista fundaram a OTAN, os países do bloco socialista, liderados pela
União Soviética, organizaram o Pacto de Varsóvia.
O Pacto de Varsóvia –
Tratado de Assistência Mútua da Europa Ocidental – foi firmado em 1955, em pleno
ambiente da Guerra Fria. Assinado pelos países socialistas da Europa oriental,
seus objetivos são semelhante aos da OTAN: ajuda militar em caso de agressões
aramadas na Europa; consultas sobre problemas de segurança e colaboração
política. Vê-se, então, que o Pacto de Varsóvia é uma aliança militar. Compõe-se
de tropas dos países-membros e tem sede em Moscou.
Tanto a OTAN quanto o
Pacto de Varsóvia constituem, portanto, alianças militares que se opõem. São
resultado da disputa entre as duas superpotências e seus aliados pela
preservação de seus interesses no mundo. O mundo pós-guerra formou um sistema de
dependência no qual as duas superpotências tornaram-se os países
centrais.
Características de países
subdesenvolvidos e desenvolvidos
Países
subdesenvolvidos
-
alta taxa de
analfabetismo e deficiente nível de instrução
-
baixa renda per
capita
-
baixo consumo de
energia mecânica
-
predominância da
população economicamente ativa no setor primário (agricultura)
-
baixo nível alimentar
(existência da fome)
-
dependência
econômica
-
elevadas taxas de
natalidade
-
grande crescimento
populacional
-
elevada taxa de
mortalidade infantil
-
baixo nível de
industrialização
-
emprego de técnicas
atrasadas
Países
desenvolvidos
-
baixa taxa de
analfabetismo
-
elevada renda per
capita
-
elevado consumo de
energia mecânica
-
predominância da
população economicamente ativa no setor secundário (indústria) e no terciário
(serviços)
-
elevado nível
alimentar
-
dominação
econômica
-
baixas taxas de
mortalidade infantil
-
predomínio de produtos
industrializados nas exportações
-
elevado nível de
industrialização
-
controle da ciência e
da tecnologia
-
elevada esperança de
vida |