Desastres naturais

Catástrofes devidas a circunstâncias naturais que põem em perigo o bem-estar do homem e/ou o meio ambiente. Podem ser causadas por fenômenos climáticos ou geológicos. Os riscos mais conhecidos e divulgados são os que se materializam de forma episódica, quase sempre com conseqüências catastróficas. Entretanto, há riscos continuados de natureza menos óbvia, como os relacionados com a radioatividade natural ou os metais tóxicos presentes na natureza. Um desses fatores de risco, que só recentemente foi reconhecido como tal, é o radônio, um gás radioativo que se filtra através da crosta terrestre e penetra nos edifícios.

Existem numerosos desastres, tanto contínuos como episódicos, devidos ao homem e que podem ter um impacto comparável ao dos desastres naturais mais graves, como por exemplo o acidente atômico de Chernobyl. Além disso, certos riscos podem ser exacerbados pela atividade humana, por exemplo, as inundações devidas à destruição das matas.

Os desastres naturais mais espetaculares são os terremotos e a erupção de vulcões, produzidos na beira das placas continentais e portanto característicos de certas áreas, em particular no oceano Pacífico. Outro risco importante relacionado com os terremotos e as erupções vulcânicas são os tsunamis. Os desastres climáticos incluem vários tipos de tormentas, danos aos litorais pela ação do gelo ou da água, secas, inundações, neve, granizo, raios e os incêndios devidos a causas naturais. Os furacões tropicais são a catástrofe natural mais abrangente e danosa.

Inundação – Dá-se à inundação de uma terra, normalmente seca, o nome de enchente, que é o resultado de uma massa de água que aumenta de nível e transborda. As enchentes podem ter efeitos construtivos e destrutivos, e desde os tempos mais remotos, já serviram de base para histórias míticas e estudos científicos. O aumento do nível das águas de lagos e oceanos é bastante diferente das enchentes de rios. Em oceanos são, em geral, causadas por ondas elevadas resultantes de ventos fortes. Em regiões onde a costa é vastamente habitada, esta elevação no nível das águas pode tornar-se de grande periculosidade, colocando em risco vidas e propriedades. Combinadas a tempestades violentas, as enchentes podem causar grandes danos, sobretudo quando acompanhadas de furacões. Enchentes produzidas por grandes extensões de neve derretida podem ser especialmente perigosas, agravadas pelo fator surpresa, já que não são precedidas de precipitações violentas. Até mesmo o congelamento da superfície do solo, impossibilitando a absorção da água, poderá ser causa de enchentes severas.

Seca – À aridez em índices anormais dá-se o nome de seca, que são ainda períodos prolongados com falta de precipitação suficiente, a ponto de causar sério desequilíbrio no ciclo das águas. Resultam em falta d’água, perda de colheitas, diminuição de recursos nas águas do solo, e prejuízo da umidade do solo.

Diferentes dos intervalos de aridez, que são períodos com duração de aproximadamente duas semanas com pouca ou nenhuma precipitação, as secas podem ser diferenciadas de acordo com as condições climáticas das áreas afetadas. A chamada seca invisível acontece quando há falta de precipitação necessária para o equilíbrio da umidade perdida pelas sementes através da evapotranspiração. Em caráter permanente, acontecem onde o clima é constantemente seco e as atividades agrícolas somente podem se realizar com o auxílio das técnicas de irrigação. As secas de estação acontecem em estações especificamente áridas e chuvas que se alternam regularmente, onde as práticas fazendeiras, se realizadas durante o período de seca, também deverão apoiar-se em esquemas de irrigação.

Esperadas ou imprevistas, as secas normalmente ocorrem onde já existe em torno delas uma expectativa, em lugares onde há regularmente carência de chuvas, podendo ocorrer eventualmente em áreas úmidas. Ali, existe uma tendência a que sejam mais severas, sobretudo quando coincidem com o aumento da necessidade de água em estações de plantio, fato que traz os mais sérios prejuízos para a prática agrícola. Áreas com características de seca incluem, entre outras, o nordeste do Brasil, regiões da África e da Austrália, resultantes de variações nas características da circulação atmosférica.

Geada – As manhãs frias de outono podem revelar uma fina camada branca nos gramados, calçadas, telhados e carros. Esta é uma cobertura de gelo, formada a partir da água condensada e congelada. Esta condensação congelada é a geada, e a maioria das pessoas encaram-na como um agradável sinal de que o inverno está a caminho. Para os fazendeiros, no entanto, pode ser visto como um sinal de desastre. Se as sementes plantadas ainda não estiverem prontas para serem colhidas no momento em que a geada chegar, poderão congelar e morrer antes da colheita.

A geada é feita a partir de pequenos cristais de vapor d'água congelados, já passados pela fase de gelo-cristal sem que se tornassem água. Isto acontece quando a temperatura do ar alcança o ponto de congelamento à pressão ao nível do mar. O vapor condensa por que o ar, quando esfria, não pode segurar tanta umidade quanto quando a água está mais aquecida.

Em contraste à geada branca, existe um outro tipo de geada, preta, que não pode ser vista, causando mesmo assim mais danos do que a primeira. Quando a temperatura cai abaixo do ponto de congelamento, a água contida dentro das plantas congela. Quando esta água expande no momento em que vira gelo, este queima as células das plantas, matando-as.

Durante um período de inverno severo, a geada preta também penetra no solo. As sementes crescem abaixo do solo como batatas que também podem ser congeladas e mortas.

O aspecto mais significativo da geada em relação às plantas é a determinação da época de plantio. Fazendeiros e jardineiros ajustam suas estações de plantio de acordo com a última geada da primavera e a chegada da primeira no outono. No Alasca, por exemplo, onde as geadas acontecem antes que as folhas caiam, o período de plantio é bastante pequeno. Em regiões mais temperadas este período é mais prolongado.

Nevasca – Precipitação de bolas ou pedaços de gelo, com duração de um período de tempestade, as nevascas podem danificar colheitas e propriedades. Quando está quente, a umidade do ar esfria até seu ponto de orvalho, fazendo com que a condensação aconteça caso hajam partículas de poeira ou cristais de sal que funcionem como nuvens de condensação. Quando a umidade do ar é suspensa pela colisão das massas de ar frio e ar quente ou pelo movimento de declive de uma montanha, o resfriamento e a condensação resultam em grande precipitação. Nas tempestades, empurra para cima as gotas de chuva mais de uma vez até que estejam pesadas o suficiente para caírem. Um pedaço de granizo cresce como uma gota de chuva, na medida em que se expõe alternadamente à temperaturas abaixo e acima do ponto de congelamento antes que atinja o chão. Nevasca nada mais é do que chuva congelada.

Se o ar for suspenso acima do nível de congelamento, a umidade poderá condensar como cristais de gelo. Quando os cristais de gelo invadem uma nuvem supergelada, o vapor d'água condensa em ambos, formando cristais de neve. À medida que um cristal de neve penetra em uma atmosfera mais baixa e quente, junta-se a outros cristais de neve, transformando-se em flocos de neve. Quedas de neve rápidas, de curta duração, são causadas pelo resfriamento repentino, como uma frente fria que entra sem que seja esperada. As tempestades de neve acontecem quando um sopro de ar polar suspende uma massa de ar quente e quando a temperatura do ar através do qual a neve está caindo encontra-se abaixo do ponto de congelamento. Grandes tempestades ocorrem quando duas massas de ar estão bloqueadas pela presença de uma montanha.

Neve – Cristais transparentes de gelo formados ao redor da poeira de outras partículas pequenas da atmosfera, quando o vapor de água se condensa a temperaturas inferiores à da solidificação da água.

Granizo – Tipo de precipitação de grãos de gelo mais ou menos esféricos e neve, geralmente combinados em camadas alternadas. As verdadeiras pedras de granizo só surgem no início de algumas tempestades e quando a temperatura do solo é bastante inferior ao ponto de congelamento.

Raio – Descarga elétrica que se produz entre nuvens de chuva ou entre uma destas nuvens e a terra. A descarga é visível com trajetórias sinuosas e de ramificações irregulares, às vezes com muitos quilômetros de distância, fenômeno conhecido com o nome de relâmpago. Ocorre também uma onda sonora chamada trovão.

Ciclone – Perturbação atmosférica no centro da qual a pressão é muito baixa, provocando ventos superiores a 150 km/h. Formam-se nas regiões tropicais sobre os mares quentes. O ciclone que se forma sobre o Atlântico é chamado de furacão, enquanto o que se forma sobre o Pacífico é comumente chamado de tufão.

Furacão – Ciclones tropicais migratórios que se originam sobre os oceanos em regiões ao longo da linha do equador, em particular as Antilhas, incluindo o Caribe o golfo do México. Os ciclones do tipo furacão originados no oeste do Pacífico, são chamados de tufões.

Os furacões consistem de ventos muito rápidos, que sopram de forma circular em redor de um centro de baixa pressão, chamado olho do furacão. A força de um furacão é avaliada com índice entre 1 e 5. Os mais fortes, com categoria 5, superam os 250 km/h. O furacão Gilbert, o maior do século XX, com ventos em rajadas que alcançaram os 350 km/h, devastou a Jamaica e partes do México.

Tornado – Vento que toma a forma de um turbilhão circular (diâmetro de menos de 2 km) se deslocando a uma velocidade de 30 a 60 km/h. Gira no sentido horário no Hemisfério Sul e no sentido anti-horário no Hemisfério Norte. Os ventos fortes do tornado carregam tudo à sua passagem.

Monções – "Estação". Árabe em sua origem, o termo "monções" a princípio referia-se à condição do vento do mar Arábico, que soprava vindo de sudoeste durante a metade do ano, e em sentido inverso durante a outra metade. Funcionavam como a base do comércio árabe que dependia deste fenômeno, pois os comerciantes aproveitavam-no para mover-se na direção sul ao longo da costa africana durante o inverno, bem como fazer sua viagem de volta no verão. Navegavam literalmente ao sabor dos ventos.

Hoje, o termo tem outro significado, e refere-se a qualquer sistema de vento que se caracterize por sua reversibilidade de acordo com a estação.

Este sistema de vento é comum à região do Chile e à partes da América do Norte, mas sua maior incidência acontece no lado oriental da Ásia, Austrália e África, onde cerca de 50% da população depende inteiramente da circulação das monções.

A força direcionadora deste fenômeno se dá a partir do aquecimento diferenciado das grandes regiões continentais e oceanos das adjacências. As áreas terrestres tornam-se excessivamente quentes ao longo do verão e igualmente frias durante o inverno, resultando no aumento da temperatura entre o continente e o oceano, que se inverte entre as duas estações opostas. Na região asiática, por exemplo, durante o verão o fenômeno das monções é caracterizado pelo aumento de ar sobre áreas de terras muito quentes, produzindo um nível altíssimo de precipitação na Índia e no Sudoeste da Ásia.

Existem, ainda hoje, implicações sócio-econômicas a partir deste estado meteorológico, pois o tempo de sua duração pode causar grandes distúrbios, em função do fato de que a maioria das nações nas regiões onde ocorre serem fundamentalmente compostas por sociedades agrárias. Hoje, uma das mais importantes metas da meteorologia é aprender uma maneira de fazer um melhor aproveitamento do fenômeno das monções.

 

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