Sempre se imaginou de que maneira a vida teria
se originado e, de que modo teriam surgido tantos tipos diferentes de seres
vivos. Histórias bíblicas falavam de criações sobrenaturais, contando como Deus
criara o homem e todo o mundo em seis dias, em contrapartida às teorias sobre
insetos e afins surgidos a partir da lama e de organismos em
decomposição.
As teorias da criação pelas mãos divinas
sustentam a idéia de que a vida mantém sua forma original imaginada e executada
por Deus, imutável e sem qualquer possibilidade de transformação. Em contraste a
isto, a evolução orgânica defende que todos os organismos, o homem inclusive,
são passíveis de transformações, significando que os seres vivos reagem de
maneira dinâmica a mudanças ocorridas no meio ambiente com o passar do
tempo.
Uma das mais discutidas teorias da evolução, no
século XVIII, foi a teoria de Charles Darwin que, agrupando idéias e conceitos
de uma grande variedade de ciências, como a geologia, a botânica, e a zoologia,
resultariam na teoria da Origem das Espécies, publicada em 1859. Ali, Darwin
enfatizava a distribuição geográfica das espécies no tempo e no espaço,
destacando a imensa taxa de extinção de espécies incapazes de adaptar-se às
mudanças ambientais. A sobrevivência era, portanto, determinada por uma seleção
natural, conseqüência de uma adaptação seletiva por longos períodos de tempo que
asseguravam que as modificações favoráveis seriam transmitidas às futuras
gerações. As espécies sobreviventes teriam evoluído para formas de vida mais
sofisticadas. Em 1871, Darwin argumentava que o homem seria uma evolução de uma
forma mais simplificada, embora não tivesse conseguido na época provar os
mecanismos da transmissão de características.
As primeiras provas da existência do homem
sobre a face da Terra demonstram grandes diferenças entre o ser humano e seus
ancestrais, os primatas. Os grandes hominídeos parecem ter sido resultado de uma
cadeia evolutiva que, passando pelo Australopithhecus africanus e pelo Homo
erectus - as formas primitivas do Homo sapiens - teriam chegado à estrutura do
homem moderno. A anatomia do corpo humano - que permite ao homem que permaneça
em posição ereta, apoiando-se sobre dois pés -diferia completamente da estrutura
de seus ancestrais, que apoiavam-se em quatro patas.
Alvo de controvérsias, a teoria de que o homem
é descendente direto dos primatas afirma que os humanos diferiam de seus
ancestrais basicamente em seus hábitos de locomoção e tamanho do cérebro.
Compartilham, no entanto, diversos traços anatômicos com chimpanzés, gorilas e
orangotangos.
Tudo indica que a variação climática presente
na era Pleistocênica foi provavelmente um fator de grande importância na
evolução do homem: as mudanças rápidas e os climas rigorosos foram determinantes
como detonadores do processo de adaptação física e cultural da homem, um membro
da espécie dos primatas.
Os primeiros traços de fósseis de primatas
datam de cerca de 70 milhões de anos e, em rochas da era Miocênica, foram
encontrados os primeiros fósseis de primatas da África, provável lugar de origem
da família da espécie humana.
A primeira forma de hominídeo teria sido o
Oreopithecus, um tipo de primata que viveu na Europa há cerca de dez milhões de
anos, e que morreu sem deixar descendentes. O Ramapithecus teria sido o primeiro
hominídeo a dar continuidade à espécie. É impressionante a similaridade química
do sangue e da genética entre chimpanzés e humanos.
Posterior ao Ramapithecus, o Australopithecus
apresentava grandes semelhanças com a forma humana: com o corpo ereto e o crânio
maior do que a maioria dos primatas, seu tamanho podia chegar à estatura média
de um ser humano moderno.
A partir de depósitos que datam de cerca de
dois milhões de anos, surgiu a primeira evidência direta de comportamento que
separa decisivamente o Homo sapiens dos outros animais: o uso regular de
ferramentas de pedra e outros artefatos, além do estilo de vida que, entre
outras coisas, incluía a caça e a divisão de trabalho. A capacidade do homem em
adaptar-se às condições locais, aliada à capacidade de raciocínio abstrato, foi
de grande influência no aumento gradual do tamanho do cérebro humano, no
desenvolvimento de uma tecnologia cada vez mais complexa e na rápida
disseminação da espécie.
Os primeiros homens eram conhecidos como Homo
habilis, e deles foram encontrados fósseis no leste africano. A tecnologia
aplicada às ferramentas e a cultura não só influenciaram a evolução do cérebro,
como dos dentes e das mandíbulas. Com a utilização de ferramentas e a descoberta
do fogo, os dentes dos primeiros humanos diminuíram de tamanho, bem como suas
mandíbulas que passaram a ser menos largas.
Há cerca de 1,6 milhões de anos, surgia uma
população avançada chamada Homo erectus, reconhecido pela primeira vez na Ásia.
Ao que parece, o Homo erectus era suficientemente adaptável para sobreviver em
uma enorme variedade de habitats, em diferentes climas, da África à China.
Naturalmente, os climas mais rigorosos do norte eram um estímulo às inovações
tecnológicas. A utilização do fogo no preparo de alimentos, no aquecimento, e
até na caça, ocorreu há cerca de 500.000 anos.
O Homo sapiens data de aproximadamente 250.000
anos, apesar de há mais ou menos 40.000 anos atrás, ainda não se parecer com os
humanos modernos. Nesta época ainda mantinha vários traços do Homo erectus, à
exceção do tamanho do crânio, maior do que o de seu ancestral.
As populações humanas começaram a explorar uma
maior variedade de habitats e novas ferramentas apareceram. As ferramentas
mousterianas serviam à várias tarefas, como a preparação de carnes, trabalhos em
madeira, entre outros. A presença de sepulturas bem cuidadas sugerem a
existência de crenças religiosas.
Há cerca de 40.000 anos surgia o homem moderno,
o Homo sapiens , com sua forma atual, que substituiu os humanos
arcaicos.
As populações do final do Paleolítico e do
Mesolítico surgiram com ferramentas feitas a partir de ossos e marfim, que
demonstram a utilização de novas técnicas de manufatura e caça. Pinturas e
gravuras representando em sua maioria animais, foram encontradas nas paredes das
cavernas.
A sociedade humana tornava-se cada vez mais
adaptável. Algumas populações começaram a criar animais, como ovelhas e cabras,
e a plantar novas sementes, não precisando mais retirar-se necessariamente, pois
o alimento era permanentemente renovado por seu trabalho de criação e
plantio.
A escrita surgiu como um meio de comunicação
até então inédito e de grande poder que foi, com toda certeza, determinante no
surgimento da sociedade estratificada, com artesãos, negociantes, sacerdotes
religiosos e organização burocrática, que ajudava na administração da
comunidade, marcando o início da civilização e encerrando mais de dois milhões
de anos de pré-história.