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                            o  engenheiro

 

A luz, o sol, o ar livre

Envolvem o sonho do engenheiro.

O engenheiro sonha causas claras;

Superfícies, tênis, um copo d’água.

 

O lápis, o esquadro,o papel;

O desenho, o projeto, o numero:

O engenheiro pensa  o mundo justo

Mundo que nenhum véu encobre.

 

(em certas tardes nós subíamos

ao edifício. A cidade diária

Como um jornal que todos liam.

Ganhava um pulmão de cimento e vidro)

 

A água, o vento, a claridade.

De um lado o rio, no alto as nuvens

Situavam na natureza o edifício

Crescendo de suas forças simples.

    

          João Cabral de Melo Neto

  

  

                 Rural

 

                                  

No lençol virginal de margaridas

O vento oficiava a poesia,

Encanto de menino que tangia

Os bois para as colinas coloridas.

 

Junto às devesas, rosas comovidas.

Provocam a minha hipocondria.

Sem perturbar porem a cortesia

Que esconde meus silêncios homicidas.

 

O campo se revela, e se mascara

De magoas que o menino não entende

Que os bois entendem mais não dizem nada.

 

Silfo? Menino? Ele adivinhava.para.

E a flauta de bambu na tarde assente

O sentimento antigo de uma estrada.

                               Paulo Mendes Campo

 

 

  

          Acalanto
                   

 

Meu filho me confessou,

Baixinho de se entender.

Ele quer ser marinheiro,

Um dia, quando crescer.

Meu poema, bem de leve

e canção de nortear

o marinheiro perdido

com espuma de alto mar.

 

Meu filho as águas são frias

E o grande mar não tem fim.

Meu menino destemido,

Por que se afastas de mim?

 

Meu poema, bem de manco,

É canção de adormecer.

E o meu filho imaginário

Fecha os olhos no meu ser.

                             Celina Ferreira

 

 

                   Canção

 

Faz tanto que não viajo!

Ainda agora, no caminho,

Pensei: Se este vento chama

Se esta noite me arrebata,

- Faz tanto que não viajo! –

vou sozinho.

 

Vou sozinho contra o vento.

Este vento - sal e areia –

Essa noite, esse lamento

Que e como um lábio sedento

Suplicando lua cheia.

 

Vou a cantiga e delicada

Cidade do vele. Vou.

A cidade levantada

Na planície amargurada

Onde à noite me encontrou.

 

Faz tanto que não viajo

Que nem sei dizer adeus.

Vou sozinho contra a noite

Vou sozinho mais carrego

- como as pupilas de um cego –

sítios, nuvens, sonhos meus...

 

de tudo que me contempla

darei lembranças a Deus.

              Alphonsus de Guimaraens Filho

 

          

                  canção      

 

Aqui nessa praia clara

  -praia clara-

Ouço o canto do silencio

Deitado sobre as areias

O meu segredo mais triste.

Ouço o  canto do silencio

   - praia clara –

Um canto que não existe.

 

Aqui nesse porto longo-

  - porto longo –

Ouço a tristeza das asas

Das asas brancas e puras

Mais triste na paz marinha

Ouço a tristeza das asas

   - porto longo –

Igual a tristeza minha

 

Aqui nessa ilha escura

   - ilha escura –

ouço o delírio do vento

nas suas mãos encrespadas

conduzindo o meu tormento.

Ouço o delírio do vento

   - ilha escura –

num cavo longo lamento.

 

Aqui nesta vida estranha

   - vida estranha –

Ouço a fuga de um navio

Fascinado pela noite

Cansado de se buscar.

Ouço a fuga de um navio

   - vida estranha –

mais do céu do que do mar.

                 

            Alphonsus de Guimaraens Filho

 

 


 






 

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